sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um Poema para Lembrar

De ti, sobraram as roupas
esquecidas no varal.

Saltam dos olhos,
alegres lembranças.

Partidas, as palavras
morrem nas horas
de angústia e medo.

Debaixo de chuva
vejo teus sapatos.

Ventos varrem as folhas
onde sonhas meus versos.

O tempo lava destinos
nas sombras e curvas
marcadas nas mãos.

Demônios cavalgam,
percorrem segredos.
Perdem os sentidos
no verde das paisagens.

Espero colher as flores
atrás dos muros da casa
onde cantamos o amor.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O que dói

Dói não apagar ausências,
nos poemas escritos com lágrimas.

Dói dia após dia,
doar às nuvens,
lembranças do amor
feito de sonho e vento.

Dói ouvir teu nome
entre as folhas
dos livros que leio.

Dói compor lamúrias
e sair pelas esquinas
a clamar a tua presença
na sala dos desejos.

Dói derramar novas tintas
nos vestidos que visto,
para colorir teus regressos.

Dói saber que gargalhas
quando vem os temporais.
Sabes dos meus tremores
e do volume dos meus ais.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Descrição

escrevo
d
escrevo
ins
crevo

cravo
um poema
na cruz.

escrevo
d
escrevo

aguardo
o escuro
nos olhos
d'
escravas

pálidas
guardam a luz
d
espertas
acordam o sol.

Em Tempo

o tempo
bem tempera
do
em tempora

l

o tempo
em poeira
do

o vento v arre
urre
em tempesta

do

o lago
re vel a
ge la

do

terça-feira, 18 de maio de 2010

Apenas um Poema

Resta-me apenas um poema,
para dizer nos cantos da sala.

Resta-me ouvir a bênção das horas
e a alegria de um sonho em cores.

Restam rosas encarnadas,
náufragas de um rio nas mãos.

Resta-me exercitar a bondade
e acalmar a fúria dos fantasmas
gargalhando atrás das árvores.

Resta-me uma noite
morrendo em mim.

Calado,
espero estrelas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Depois do sol

Almas na ausência dos corpos,
retornam ao espaço vazio?

No meio do caminho,
uma escura caverna.

Longe,ouvimos um eco:
medo medo medo.

Gritos humanos
transformam as pedras
em armas.

Renascem as flores nas mãos,
úmidas de sangue?

Deus é a palavra na hora do pão,
depois da ceia e antes do sono.

Há eternidade e sonho
nas palavras do poeta.

Por que assassinamos o outro,
com palavras, olhares e fome?

Músicas chegam às estrelas.

Uma noite, depois do sol,
amanhecemos além do mar.

sábado, 15 de maio de 2010

a vi da pensando
a vi da pensand
a vi da pensan
a vi da pensa
a vi da pen
a vi da pe
a vi da p
a vi da
a vi d
a vi
a v
a

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Nem Sempre

nem sempre
nem sempr
nem sem
nem se
nem s
nem
ne
n

nem sempre passa
uma vida ao sol.

Nem sempre
passa um peixe
no anzol.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Agora

agora
não tenho agouro
tenho ouro

agora
não tenho couro
tenho osso pra doer

agora
tenho a paz
no papel para ver

agora
o amor é tinta escura
na brancura para ler.

Brilhando

b o m b r i l h a n d o
b o m b r i l h a n d
b o m b r i l h a n
b o m b r i l h a
b o m b r i l
b o m b r i
b o m b r
b o m b
b o m
b o
b

domingo, 9 de maio de 2010

Um Mês em Cena

Na rua

ensaio

num mês

des

maio

acor

do

e cai

o

ator

doa

do

em

cena

vai

o.

Poema para Morfeu



me viro
no leito
no ar

as horas
alongam
o olhar.

Pescam
piscam
almas

num rio
largo
um caminho

verdes
trilhas
ilhas no mar

Almas movem-se
ligam fios ao luar.

Eu choro
um poema

num dia
quando

meu nome
raiar.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Desalinho

A alma em desalinho
canta mais,
canta lindo.
Canta,
lava-se,
eleva-se.

Chega mais perto do sol.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

domingo, 2 de maio de 2010

Concretando

...

concret

ando no papel no muro.


A palavra presa pesa no branco

a f olha desmaia a cor da

n um a cor do v indo


a baixo um poema

n ascendo m olhado

um dia quando

ia o sol.

sábado, 1 de maio de 2010

Avoei

a v ô

não

ei

de

ser

não

si

a

vo

ei.

NEM



nem eu
nem tu
ninguém

acorda saberes

à-toa
na
ida
lo
a.

Quase Uma Canção Para Hoje

Do futuro nada sei. Quem saberá?
Recordo passados espalhados
entre folhas mortas
no asfalto das megalópolis.

Perfumadas, as horas passam.
Definem estrelas, alinham-se
no horizonte dos olhos.

Desfilam almas no escuro das salas.
Não tenho medo.
Tenho o riso largo e farto.

Aspiro o vermelho dos teus lábios
e solto a paixão
guardada colada no peito.

Passa o amor na claridade dos desejos.

Canto ao mar,ao tempo, ao vento.
Sei que a vida vai e volta
abaixo do sol de cada dia.