Mudas palavras acordam a manhã
e se perdem na palidez dos meus lábios.
Secos, os cabelos se enroscam,
se quebram entre os dedos.
Trêmulas, as mãos se acalmam.
Nas cordas de um violão,
canções afugentam a angústia e o medo.
Lágrimas apagam a luz das paisagens
e o verde musgo das folhas
entre os muros da velha casa.
Cigarros acesos, apagam as estrelas
e as flores estampadas nas cortinas da sala.
Barulham talheres nas mesas.
No chão, jornais amassados.
Antigas parábolas colorem as páginas dos livros sagrados.
A quinta-feira chora uma tarde molhada.
Ouço os versos feitos de vento e nuvens.